Quando Tai Hsuan-an chegou ao Brasil tinha apenas 15 anos, e como todo imigrante trazia na bagagem uns poucos pertences; mas também trazia, impressos na alma, milênios de cultura e civilização da China onde nascera. Os primeiros anos brasileiros, vividos no Paraná, foram penosos. Pouco depois, em São Paulo, o rapazola, nascido numa família de artistas e em quem a vocação despontara na infância, abraçou decididamente a pintura, tomando-a como objetivo e meio de vida. Hoje em plena maturidade, autor de obra vária e valiosa -e como tal reconhecido, Tai Hsuan-an cumpriu o vaticínio feito em 1962 por He Zhixiang, seu primeiro mestre: traçou com seus pinceis uma esplêndida vida, para se transformar num grande pintor do Século XXI.
José Roberto Teixeira Leite, crítico de arte, professor, escritor, historiador e curador
Tai has displayed his paintings in innumerous solo and collective exhibitions in Brazil, and internationally in China, France, Japan, and the U.S.A. Many of his works have also been put on display in public spaces as part of various city art projects. Today, Tai devotes his time to painting, teaching, as well as writing. He is currently working on sculptures and exploring different materials and techniques.
Marina Tai Quadri, produtora cultural
Na sua pintura tudo é possível, tudo é provável e sua imaginação tece várias formas. A tinta diluída faz fundo para um jogo de formas onde as cores que se enfrentam, se fundem e se entrelaçam na execução de um balé de trocas entre o vegetal e o animal. A ideia e o fazer artístico têm posição de síntese harmônica e equilibrada na obra do artista.
Antônio DaMata, diretor do Museu de Arte de Goiânia (MAG)
O artista busca, cada vez mais, maior liberdade em suas composições. As paisagens passam a ser fruto de sua imaginação. As folhas se desmancham em nome de ricas imagens em movimento, em que Tai explora ao máximo seu potencial de construir elementos da natureza sob nova perspectiva. Tai não é só uma ponte entre mundos. Seu trabalho é pleno de autonomia e originalidade.
Oscar D ́Ambrosio. Jornalista e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da UNESP. Integra à Associação Internacional de Críticos de Artes (AICA – Seção Brasil).
Penso como quem viu uma luz: talvez através da obra apresentada por Tai estejamos tendo o privilégio de viver hoje a principal integração cultural, no âmbito da pintura, que deverá ser processada nas próximas décadas, qual seja, a interseção dos dois centros de irradiações culturais do Planeta (Oriente-Ocidente), resultando em uma linguagem rica, só aparentemente simples -como toda criação prima- cheia de referências, revisitações amplas, verdadeiras graças da alma planetária.
Px Silveira, biógrafo, crítico de arte, curador, produtor cultural
Tai encanta Goiânia e a conquista. E o homem Tai vai também crescendo na sua aceitação de uma nova pátria, embora seu coração seja eternamente chinês. Sua arte acompanha sua alma e ele trilha vários caminhos. Sem medo, ele experimenta novas técnicas e novos temas. Vai do abstrato ao figurativo, do desenho com lápis, caneta, ao nanquim. Caminha sem barreiras, livre, obedece apenas aos ditames do seu coração. Paralelo a tudo isso, com sua surpreendente capacidade de criar e trabalhar, Tai só lamenta que o homem não possa viver 150 anos para poder realizar tudo aquilo com o qual sonha.
Sáida Cunha, artista plástica e professora do Faculdade de Artes e Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Ao se formar na China pela escola primária (ensino básico de 6 anos) Tai recebe do seu professor de arte a seguinte mensagem: “A maior felicidade é o resultado obtido pelo seu próprio esforço contínuo. Espero que se esforce com a sua inteligência para se tornar um grande pintor do Séc. XXI e com seus pinceis traçar uma esplêndida vida”.
He Zhixiang (1962)
Tai busca manter a técnica da pintura oriental com visão poética e uma temática bem brasileira. Cada trabalho conserva uma dualidade entre a firmeza da técnica e a sutileza da forma. É uma pintura sempre calcada numa ideia e não apenas em uma fase baseada num tema, onde é possível fazer um jogo de luz sem sombra.
Amaury Menezes, pintor, desenhista e professor da Faculdade de Artes e Arquitetura da Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Tai é artista da linha de pesquisa, do suor, da dedicação e, essencialmente, da sensibilidade e da criatividade que transformam pincéis, técnicas, tintas, modelos, telas e vontade em quadros de belezas originais permanentes.
Pedro Wilson Guimarães, escritor, ex-reitor da Pontifícia Universidade Católica de Goias (PUC-GO)
Tai Hsuan-an parte para investigações líricas, aprofundando-se nas impressões de cenas exteriores. Há um quê de singeleza na materialização das formas, sustentadas por um primeiro plano ousado e vivo, e por um segundo plano com cores chapadas e espaços vazios, onde a intervenção, se houve, correrá por conta do espectador.
Miguel Jorge, escritor, dramaturgo e crítico de arte
Tai estabelece suas primeiras relações com o mundo ocidental na altura dos seus 16 anos; ao início, portanto, da sua juventude. Mas, é claro, está marcado pelos fortes sinais de sua própria origem. Daí por diante vai estar sob este duplo jogo de influências: as de sua origem e as que se tornam presentes no seu cotidiano. Quando nos lembramos de que sua visão do Ocidente se define à partir de uma perspectiva brasileira, seu processo ganha novas dimensões. O impacto de nossas cores, o peso de nossas misérias, a glória de nossas personagens maiores.
Adelmo Café, crítico de arte, historiador e professor univesitário
Assim te conheci, lentamente, e lentamente me
transformando em um artista mais receptivo e atento às diferenças
culturais. Obrigado, amigo, por me ensinar tanta coisa com tanta
generosidade. Obrigado, amigo, por ser tão generoso ao abrir seu mundo com delicadeza e inteligência matizadas delicadamente pelo seu talento de artista.
Rubens Matuck, artista visual, quadrinista e professor
Tai possui uma base de pluralidade transdisciplinar e, na sua criação artística, sincretiza as culturas chinesa e ocidental. Após vinte e um anos, ele retorna ao Museu de Arte de Sichuan, trazendo suas obras de sonho e fantasia. Nessa exposição internacional, que tem sua segunda etapa no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (MAC), as suas obras inspiradas na natureza, com novos temas e técnicas, mostram o seu espírito criativo e ousado.
Zhang Jie, diretor do Museu de Arte de Sichuan, vice-diretor do Instituto de Arte de Sichuan